Especial do Mês

||Especial|| Mês @SamantaHoltz #27 Infância da escritora

27.4.15 Apaixonada por Romances 0 Comments

Em outubro de 2014, o MpL fez um especial para contar sobre a infância de alguns escritores, com textos escritos pelos mesmos. Vamos relembrar a infância da Sam?

     Quando penso em minha infância, não consigo deixar de pensar também na família. Toda a minha vida foi pautada no amor das pessoas que amo – meus pais, irmãs, tios, primos e avós. Tive a honra de crescer em um ambiente de união e alegria que é um dos grandes responsáveis pela pessoa que eu sou hoje. Ah, como é importante prestarmos atenção no ambiente que estamos proporcionando às crianças que nos cercam...! É determinante para os adultos que se tornarão um dia.
     Uma figura muito marcante da minha infância é a minha avó Irma. Ela se tornou um forte exemplo de otimismo e perseverança devido à forma como lutou contra o câncer. Durante seis anos, ela enfrentou a doença sem jamais soltar uma única reclamação ou palavra negativa. Nós íamos visita-la e a encontrávamos sempre com o mesmo sorriso, não importava os sintomas que estava passando após os tratamentos.
     Na época, eu não tinha noção da doença ou da sua complexidade – e acredito que os adultos acabavam nos poupando disso. Foi somente depois que a doença a levou embora (e, já adolescente, enfim entendi do que se tratava) que passei a entender a força e magnitude daquela mulher.
     Resolvi falar nela não somente pelo exemplo que ela se tornou em minha vida mas porque ela foi uma das primeiras a perceber minha “alma de escritora”. Minha tia me conta que, quando eu era bem nova, falei uma frase: “Que os maus sejam bons e os bons sejam simpáticos”. Minha avó anotou a frase e, sempre que ia ao hospital, repetia a frase às enfermeiras e contava que era a neta dela que havia criado. Eu nem me lembro disso, para ser sincera... rs... se minha tia não me contasse, eu nem saberia.
     A foto que escolhi para essa postagem é uma das que ela mais gostava. Ela achava bonita minha expressão, o olhar perdido... e, em casa, quando olhamos essa foto, nós nos perguntamos se já havia ideias e histórias nascendo naquela cabecinha de escritora-bebê! (risos) Além disso, mostra que, desde aquela idade, eu já tinha o hábito de “entrar na bolha” – termo que minhas irmãs criaram para descrever os momentos em que mergulho em pensamentos. Continuo fazendo essa carinha até hoje – a diferença é que não sou mais carequinha!
    Eu teria centenas de fatos e pessoas para mencionar em relação à minha infância, mas escolhi este em especial por estar, de algum modo, relacionado a quem sou hoje e aos sonhos que carrego em meu coração. Se Deus dá um dom a cada um, ela, de alguma forma, enxergou o meu. Mesmo que sutilmente, através de uma frase dita por uma criança.
     Obrigada, vovó Irma, por continuar fazendo parte da minha vida mesmo tantos anos depois de ter partido para os braços de Deus. Sei que, onde quer que você esteja, está acompanhando nossas vidas... e repetindo aos anjos que a cercam as frases que sua netinha não perdeu o hábito de criar!



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